Plantão médico
Passei por uma cirurgia no final de julho. Desde então, vivo em fortes emoções
Minha infância não foi como a da média das pessoas que conheço. Nunca quebrei nada, nunca tive pontos e a única lesão um pouco mais grave foi deslocar o dedo mindinho jogando handebol. De resto, passei completamente ileso. Então, a primeira cirurgia da vida veio para retirar um cisto no braço esquerdo. E todo mundo me disse: "É super simples".
Tudo certo, o cisto foi retirado, passei o período de recuperação com os pontos carinhosamente chamados de Huguinho, Zezinho e Luisinho. O domingo chegou e, pela primeira vez em dias, senti firmeza o suficiente para abrir a garrafa de café, segurar o celular e usar a toalha para me secar após o banho com as duas mãos. Era um vitorioso, uma espécie de Lewis Hamilton do dia a dia.
Era o 11º de 12 dias recomendados para retirada dos pontos.
A segunda-feira amanheceu com minha expectativa lá em cima. Afinal, iria até a UBS para retirar os pontos e acabar com isso de uma vez. Quando a enfermeira começou a retirada dos pontos, algo de errado não estava certo. No fim, a cicatrização por fora estava ótima, mas o tempo foi insuficiente por dentro. Resultado: tinha um buraco oco no braço.
A partir disso, começou uma verdadeira epopeia. Eu, claro, estava me pânico com aquele buraco aberto no local da cirurgia. No fim, parei no hospital onde fiz o procedimento para falar com o cirurgião no dia seguinte para saber o que dava para fazer. Acabei descobrindo que o cisto estava tão grande, que ele precisou tirar mais do que imaginado e precisaria de muito mais tempo para tirar os pontos, além dos 12 dias de praxe.
Desde então, tenho uma espécie de buraco negro da M87 no meu braço e preciso trocar o curativo duas vezes por dia, gerando uma ida diária pela manhã até a UBS para fazer todo procedimento de limpeza e uma nova bandagem. Olhando o local, me sinto uma espécie de Wolverine ao ver a melhora do ferimento sendo fechado por conta própria na base do "vamo, time!".
São muitas emoções para a primeira cirurgia, bicho.
Notícias da semana
Segunda-feira
Descansou
Olivia Newton-John, atriz e cantora, morreu na segunda, aos 73 anos. Ela enfrentava um câncer de mama, pela terceira vez, desde 2017.
Terça-feira
RIP
Darryl Hunt, baixista do Pogues desde 1986, morreu terça (9), aos 72 anos. A banda deu a notícia nas redes sociais e não confirmou a causa da morte.
"Uma ótima pessoa, amigo e um ótimo baixista", disse Shane MacGowan, ex-vocalista da banda.
Uma vida depois
"Break My Soul" é o primeiro número 1 de Beyoncé na parada dos Estados Unidos em 14 anos. O último havia sido "Single Ladies (Put A Ring On It)", em 2008.
Novo trabalho
"Justiceiras", novo filme da Netflix programado para 16 de setembro, confirmou Este Haim, das Haim, e Amanda Yamate na trilha sonora original.
Uma aluna perde prestígio em elegante escola particular e faz um acordo secreto com uma nova aluna despretensiosa para se vingar dos inimigos um do outro.
Quarta-feira
Ótimo
O clássico álbum "It's a Shame About Ray" celebra 30 anos neste ano. Para comemorar a data, o Lemonheads anunciou uma turnê de 24 datas por Estados Unidos e Canadá.
A banda relançou o disco em uma versão deluxe e vem de uma boa repercussão da passagem pela Europa. As datas começam em 17 de novembro e terminam um mês depois.
Bass Drum of Death, On Being an Angel e Juliana Hatfield vão se revezar como atrações de abertura.
Boa
A guitarrista Courtney Barnett lançou uma compilação de covers de demos inéditas na quarta-feira.
Chamada "Here and There", a coleção está disponível no Bandcamp e em uma versão limitada de 600 cópias em cassete.
O dinheiro arrecadado vai para National Network of Abortion Funds e a Advocates for Youth, associações que lutam pelos direitos sexuais e reprodutivos.
Estranho
No mês passado, foi descoberto que uma fã de Michael Jackson processou o espólio do cantor e a Sony ao afirmar que "Breaking News", "Keep Your Head Up" e "Monster", presentes no álbum póstumo "Michael", não eram cantadas pelo músico morto em 2009. Ela alega ter sido vítima de publicidade enganosa.
Por isso, as canções foram retiradas das versões digitais do trabalho em julho, o que só aumentou as especulações sobre o assunto.
Hoje (10), o processo foi formalmente encerrado em um acordo entre as três partes. Até o momento, as canções seguem indisponíveis.
Vocês vão assistir, né?
Nesta quarta-feira (10), a Netflix confirmou que Ryan Shore é o compositor da trilha sonora original do filme "Amor em Verona", novo trabalho de Mark Steven Johnson.
Segundo o streaming, "Julie tinha um sonho: fazer uma viagem incrível para Verona. Mas, chegando lá, ela se vê obrigada a dividir a casa que alugou com um desconhecido".
O filme estreia na plataforma em 30 de agosto.
Quinta-feira
Novo trabalho
Novo filme de Noah Baumbach, "White Noise" terá trilha sonora de Danny Elfman.
Baseado no livro de Don DeLillo do mesmo nome, um professor e pai de quatro filhos cuja vida confortável é derrubada depois que um terrível acidente muda o clima do lugar.
Comprado pela Netflix, o longa ainda não tem data de estreia.
Problemas
O Rage Against the Machine precisou cancelar o restante da turnê europeia que faria em agosto e setembro. A banda, em nota, disse que o motivo é um problema médico envolvendo o vocalista Zack de la Rocha.
"É com grande decepção que anunciamos este cancelamento (...). Sentimos muito por todos os nossos fãs que esperaram anos para nos ver", diz parte do comunicado.
De la Rocha sofreu uma lesão durante uma apresentação em Chicago e, desde então, não está com 100% da condição física.
Os últimos shows acontecem entre hoje (11) e domingo, em Nova York, no Madison Square Garden.
Eu iria fácil!
O Global Citizen Festival confirmou as atrações da edição desse ano, prevista para 24 de setembro.
Metallica, Rosalía, Mariah Carey, Mickey Guyton, Charlie Puth, Jonas Brothers e Måneskin são as atrações do evento em Nova York.
A transmissão do evento acontece na ABC, FX, Hulu, iHeartRadio, YouTube, Twitter e TimesLive.
Justiça
A equipe jurídica de Bob Dylan busca uma indenização contra os advogados que entraram com um processo que alegava que o cantor abusou sexualmente de uma menina de 12 anos em 1965.
O processo foi arquivado no início de junho e, segundo a equipe jurídica de Dylan, a processante destruiu provas e não entregou e-mails e mensagens de texto no prazo determinado pelo tribunal.
As informações são da 'Billboard' e a 'Pitchfork'.
Lançamentos
Panda Bear & Sonic Boom
Black Thought and Danger Mouse
Kasabian
Osees
Kiwi Jr.
Sylvan Esso
Megan Thee Stallion
Pale Waves
Goo Goo Dolls
Sally Seltmann
Kamikaze Palm Tree
Lisa Moore
Bright Eyes
Hudson Mohawke
Djavan
João Donato
José Miguel Wisnik
Podcast
O Na Trilha das Trilhas retorna no dia 26. Enquanto isso, ouça as últimas três edições:
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É isso. Bom final de semana a todos!